Namorando uma Virgem Ciumenta

Por

Bom dia povo…tudo bom!

Aoooo meus cumpadi e minhas cumadi…

Hoje vou contar um causo, porém, nesse eu vou ter que omitir alguns detalhes, nomes, datas, por um simples motivo.

Alguns envolvidos, estão vivos e com saúde, morando no mesmo lugar!

Eu novão, todo malino, namorador, mais rodado que caminhão de verdureiro na região, em um belo sabado de sol, resolvi dar uma volta na cidadezinha vizinha à nossa.

Não peguei caminhonete nem o carro, fui em um alazão que eu havia comprado a alguns meses.

Terminamos a doma do cavalo na fazenda, e saiu bom e ligeiro o potro.

O animal era grande, filho de um puro sangue quarto de milha, com uma égua mangalarga paulista. Nasceu em um haras, por um descuido dos peões, e por não ter raça definida, nos venderam barato o alazão.

Quando vi o potro, que estava com quase três anos, fiquei doido, era grande e forte, pelagem bem vermelha, uma única marca na testa que parecia um losango branco , e pela experiência que eu possuia, apesar da pouca idade, sabia que se tornaria um bom cavalo pra lida.

Vamos ao acontecido naquele sabado!

Regulava umas 11:00 hs, eu ja havia cumprido com todas minhas obrigações na fazenda, resolvi dar um passeio a cavalo na cidade vizinha.

Era um bom trecho de caminho à cavalo, indo pela estrada, mas eu conhecia todos atalhos, pinguelas, porteiras sem cadeados, buracos de tatus e caborés, o que encurtava em quase meia hora a viagem.

Eu havia pego emprestada uma sela americana do meu tio, e naquela tarde resolvi sair com ela no lombo do alazão, que estava casqueado, tosado, tratado e pronto pra cortar trecho, afinal eu o usava pouco na lida do dia-dia, estava vadio, precisando de treino.

Meu pai havia saído com meu tio logo cedo, e só voltariam à noite, minha mãezinha estava com minhas irmãs olhando uns ninhos de galinha e colhendo ovos.

Avisei que estava indo dar uma volta na cidade, precisava comprar cigarros, e iria à cavalo.

Minha mãe pediu para eu tomar cuidado e ir com Deus.

Geralmente minha mãe não pegava muito no meu pé, só quando desconfiava que havia mulher envolvida! Ai a mulher ficava doida, sismada, e imaginando que eu poderia me tornar um homem igual ao cunhado dela, o meu amado tio, irmão mais novo do meu pai, um dos meus heróis.

Com o alazão devidamente selado, dei uma volta pelo terreiro, para me acostumar com a sela americana, eu sempre fui bom cavaleiro, mas estando sentado em arreios cutianos, pra ser mais exato, o famoso juncão pantaneito, com maneador, loros de três argolas charruadas e com estribos redondos.

Peguei lombo e o cavalo fogoso saiu pisando picado, jogando anca querendo correr, manoteando furioso e pronto pra disparar a todo instante.

Rodei ele pelas árvores no entorno da casa, a velha 7 copas que ficava na frente da porteira do terreiro, os limoeiros e laranjais a direita da porta da sala, que seguiam até a janela da cozinha, a horta cercada por tela fina de galinheiro fixadas em taquaras, umas grevilhas mais ao fundo perto do velho paiol e da tulha, um ypê amarelo meio torto, alguns abacateiros que ficavam pertinho do galpão das tralhas, que ao passar perto, podia sentir o cheiro de couro das tralhas, pelegos, sebo de carneiro e óleo de mocotó.

Voltando mais para o fundo do terreiro, rodeando o velho ypê, segui até o galinheiro e o chiqueiro, de um lado haviam pés de manga coquinho, bourbon e espada, e algumas goiabeiras vermelhas e brancas…

O cavalo quando ouviu a porcada se pegando, empinou e ficou assustado. Risquei na espora e fiz voltar para a frente do galpão, quebrei rédea a esquerda e fui para o mangueiro. Encostei ele na porteira e fiz ele recuar em ambos os lados, para ver se ele estava aprendendo aquelas manhas, pois com um cavalo bom e ensinado, o cavaleiro nunca mais precisará apear para abrir colchete ou cancela de madeira.

Toquei o cavalo indo para a saída de casa, passando pela velha porteira de madeira 7 réguas em X, quando ouço a minha irmãzinha nais nova, a ciumenta, gritar para minha mãe, fazendo bico, cara de brava, com seus bracinhos cruzados, balançando as duas trancinhas que prendiam seus cabelos loirinhos igual cabelo de “boneca” milho:

— Oh MAAAAAAAE… olha a bagunça que o Beto fez no terreiro com aquele cavalo maluco dele… oia oia mãe …encheu tuuudo de buraco mãe… oia lá… ta indo ver aquelas menina chata… depois chega tuuuudo arranhado…

Ela era uma pestinha, mas tinha um grande carinho por mim!

Minha mãe não dizia nada, apenas me olhava, segurava e apertava o avental contra o peito com as duas mãos, e me emanava tanto amor, que só uma mãe como a minha, amorosa daquele jeito, poderia fazer… ❤🌹.

Eu me virava na porteira, fazia o cavalo sapatear executando ele na rédea, dava um toque na aba do chapéu, mandava um beijo pra elas, na sequência, riscava o potro na espora e saía a toda, galopando, e esbarrava meu cavalo na porteira na beira da estrada, que era escorada por dois esteios de aroeira antigos, altos e bem grossos, da época do meu avô!

Depois das minhas costumeiras graças com as minhas meninas de casa, sai pela estrada todo feliz da vida, sabendo que na cidade vizinha havia chegado um circo com parque de diversão.

Fui mais cedo afim de curiar tudo, sentir o clima do lugar, e óbvio, paquerar e arranjar alguma gatinha para dar uns pegas mais tarde, ou naquela hora mesmo. Eu sempre estava disposto e com vontade!!!

Segui pela beira da pista, o sol quase a pino, aquele calor que fazia tremular o horizonte, so tinha uma breve trégua quando passava por baixo de alguma árvore, ou quando uma carreta passava a toda fazendo aquele vento causado pelo vácuo quase arrancando meu chapéu.

Passei pela entrada que levava ao sítio do espanhol que vendia café, onde moravam uns conhecidos nossos, o sr. Tito e a Dona Creusa, e segui por mais 20 minutos, atravessei o asfalto, entrando a direita e seguindo por uma boiadeira larga, com alguns trechos de chão batido e outros de um areião bem fofo. Região de topografia semi ondulada, alguns barrancos altos e muitas invernadas cheias de bois e vacas.

Fui a trote com o alazão, quando olhei no meu oriente fundo verde, marcava 12:00 hs em ponto. Meu cavalo suando, começando a fazer espuma na redea junto ao seu pescoço, e eu cozinhando naquele braseiro, começava a me arrepender de ter ido à cavalo. Andei mais uns minutos e parei perto de uma velha Farinha Seca(arvore de tronco esbranquiçado e liso) na beira da estrada.

Apeei do cavalo, fui conferir as barrigueiras, tudo normal, dei um fôlego ao bicho, e segui pelo caminho. Vez ou outra, passava algum caminhão ou carro, me fazendo comer poeira até pelos olhos.

Cheguei em uma área de plantio de feijão, que descia para o rumo da cidade, e depois de uns 1000 metros, se encontrava uma roça de café.

Entrei pela roça e fui descendo até alcançar o cafezal, que naquela época estava todo florido. Segui tomando cuidado para não pisotear nas leiras entre as ruas, que estavam cheias de batatas plantadas, começando a soltar a folhagem e as ramas.

Faltavam 10 minutos para uma da tarde, e pra minha sorte, me lembro como fosse agora, uma imensa nuvem cobriu o sol, e deixou o clima um pouco mais ameno. Até o cavalo sentiu, quis arrancar em galope para sair daquele cafezal.

Quando sai da roça, descendo um pequeno barranco de terra vermelha, alcançando a via que dava acesso a cidade, marcava 13:15 hs. A pouco metros do perímetro urbano, se podia avistar uma vilinha de casas populares, pequenas chácaras, alguns cavalos amarrados em cordas pastando nas beiras das ruas sem pavimentação, alguns botecos e uma borracharia.

Me esqueci de dizer, que aquela éra a outra entrada, ou saída da cidade. Aquele era o acesso à zona rural do município, e por ali que eu chegava, e ia embora também!

Quando fui chegando perto da primeira esquina, parei para dar água pro alazão, que começava a espumar o freio baixando a cabeça a todo momento, em sinal de sede!

Naquela época, qualquer cidadezinha tinha pelo menos, dois bebedouros públicos para os animais dos viajantes. Eram tubos de contreto colocados em pé, com bóias que regulavam o volume d’água.

Apeei do cavalão e deixei ele matar a sede em goladas compridas. Ele respirava, mascava o freio e depois atolava o fucinho na água fria.

Acendi um cigarro, tirei a camisa, e fiquei procurando com os olhos alguém , ou alguma coisa interessante…

O potro refeito da canseira, olhou em volta meio farejando, viu uma égua amarrada ali perto, pastando, e pelo fato do bicho ser inteiro (não castrado), fez o maior estardalhaço entre relinchos furiosos, e manoteadas na grama que crescia em abundância ao lado do bebedouro. A maldita égua estava no cio, começou a mijar e querer se juntar ao meu cavalão.

O povo começou a sair das casas e olhar pelas janelas, a criançada correu pra ver a cena toda.

A égua relinchando e corcovenado amarrada, e meu cavalo com aquele tremendo cambão balançando e batendo na barriga, doido pra encaibrar a eguinha. Foi um forfel com muita gritaria, assobio e pedidos para eu deixar acontecer a tragédia. 😂

Eu segurei o cavalo firme pelo cabresto e rédeas, tirei ele das vistas da égua e com custo montei nele. O bicho empinava, sapateava e queria empacar, dando voltas parado no mesmo lugar.

Não havendo outro jeito, tive que juntar ele nas esporas bem nas costelas.

Ele arrancou a galope pela rua que levava ao centro da cidade. Dois quarteirões adiante, consegui controlar o animal, que ainda estava sob efeito dos seus instintos.

Cavalo inteiro é assim, fogoso, as vezes rebelde, se o cavaleiro for ruim, rala as alcatras no chão! 😁

Com o meu cavalo mais calmo, fui falando com ele, e pensando com meus botões :

Parece até alguém que conheço!

Passei por casas, e da onde eu estava, podia olhar por dentro dos muros, quando em vez, mandava um sorriso, um beijinho e até tirava meu chapéu, quando a moça era muito gata.

Fui até uma pequena rotatória, virei a esquerda e fui descendo a rua, com o cavalão assanhado, andando meio de lado, todo fogoso. Cheguei na casa de um negociante de gado amigo do meu pai e meu tio, ele gostava da minha pessoa, e toda vez que eu passava por lá, parava pra dar um oi, ou beber um café.

Ele tinha uma F 4000 branca, com sobre-guarda boiadeira, e estava lavando a frente com um bade d’água, quando me viu chegando. Também tinha uma filha que era uma gracinha, meses mais velha que eu, bem gostosa, magrinha, peitos empinadinhos bem bicudos, bundinha pequena mas bem redonda, cabelos com corte channel, olhos castanhos, boca vermelha e uma pele bronzeada por conta do sol da região. Era um pitelzinho a menina!!!!

Parou o serviço e veio me comprimentar todo contente, querendo saber dos meus velhos, e foi falando:

— Aoo italianim sacudidu… nêgo duro… e esse cavalão brutu… cadê vosso pai, e o tio, aquele cachorro do mato… tao na vila coce, ou cê vei suzim oiá as menina e ficá de zoio no “futi” (beeeem antigamente se dava esse nome ao movimento dos jovens indo e vindo na praça, onde as moças rodavam em sentido horário, e os rapazes no anti-horário se paquerando) na praça!

Eu:

— vim dar umas voltas, ver o parquinho e o circo, paquerar um pouco!!! (Riso safado)

O amigo do pai riu muito da minha cara de quenga, me mandou apear e ir tomar uma água com ele.

Antes de desmontar, fui colocando a camisa e reparei na sua filha parada na porta da sala me comendo com os olhos.

Eu a conhecia a muito tempo, posso até dizer que eramos amigos, apesar do nosso contato ser sempre às pressas, com ela junto do pai dela no caminhão, ou eu indo cumprir alguma ordem a mando do meu pai!

Coloquei a camisa, deixando alguns botões abertos, desmontei e fui amarrar o cavalo em uma velha sibipiruna cheia de flores amarelas, que havia em frente a sua casa. Ao amarrar, ouvi a moça chegando perto do portão e falando ao pai:

— paiê… será que o Beto deixa eu dar uma volta no cavalo dele… ou melhor, será que ele não vende… o senhor me prometeu outro cavalo…

Fez bico e cara de manhosinha pro velho negociante!

Ele me olhou com cara de: ” mais vê se posso com essa menina rapaz”.

Ela me comprimentou à distância, e veio me perguntar se o cavalo era mansinho, se podia dar uma voltinha…

Fui sincero e contei pra eles, meio por alto o acontecido perto do bebedouro, e que o alazão era manso, mas muito sismado por ser inteiro!

A menina fez cara de triste, contrariada… e encerrou ali aquele papo!

Então o boiadeiro me chamou pra dentro de sua casa, para beber uma água, e comprimentar sua esposa.

Ele fechou a torneira, deixou a mangueira jogada calçada, e foi entrando na casa gesticulando a mão, me mandando entrar. A minha amiguinha, muito da saliente, esperou eu entrar no alpendre da casa, enquanto ia andando sendo seguido por ela, ouvi quando falou baixo, só pra mim escutar:

— Eh Beto, você não vale nada mesmo, não é! Vem aqui em casa sem camisa seu safado…queria me provocar, é?😉

Entrei na casa, tirei as esporas e as enrosquei pelas fivelas na calça de couro, o chapéu e acompanhei o homem até a cozinha, onde sua esposa estava assando um bolo de fubá, e alguns biscoitos de polvilho.

Quando a senhora me viu, abriu um sorriso, secou as mãos no avental e veio me dar um abraço :

— Mais você cresceu menino, está um homem igual seu pai… ta no ponto pra arranjar uma boooa moça de família e casar…e sua mãe como está… faz tempo que não falo com a comadre… suas irmãs estão bem… meu Deus, estamos ficando velhos mesmo…

E continuou:

ai ai… sabe Betinho, pena não ter dado um filho homem para o …, ele sempre se queixa comigo que não tem um filho homem para ajudar no sítio e nos negócios de compra e venda de boiada e com as tropas… sabe, sorte tem seu pai… e quem sabe seus fututos sogros!!!!

Me falou isso, me medindo, olhando para o marido, e dando toques e piscadas discretas para a filha… que àquela altura das coisas, me olhava piscando assim meio manhosa, alisando os cabelos… !!!

Fiquei sem graça, avermelhei a cara de pau, raspei a garganta e pedi a tal água.

Minha amiga foi ligeiro pegar uma garrafa e um copo.

Depois que bebi a água, a senhora chamou o marido pra ver alguma coisa no quintal da casa, empurrando ele pela porta da cozinha indo para a lavanderia, falando e arregalando os olhos:

— Vamo la ver os pés de alface meu velho, vamos deixar a meninada conversando…hoje tem parque na cidade… e faz tempo que o Beto e a … não se falam…

Sairam da cozinha e me deixaram lá sozinho com minha amiga, em demonstração explícita de suas intenções em se tornarem meus sogros!!!

A menina foi até a janela da cozinha, vendo os dois la no fundo da casa (que era imensa, parecia uma chácara dentro da cidade) se voltou mais soltinha, me encarou com cara de más intenções e confessou:

— ai Beto, desde a última vez que nos falamos no mês passado, lá em Prudente, fiquei com você na cabeça, mesmo sabendo que você não vale nada, é namorador, safado… também soube, porque… você sabe né, o povo fala mesmo… que nas viagens que faz com seu pai levando boi… você arranja uma em cada pouso da comitiva… ou estou mentindo? Poxa… quando você vai sossegar, arranjar uma namorada, aquietar o faxo… quer ficar falado igual o seu tio???

Pior que ela não sabia, mas meu velho tio, meu herói, a muitos anos, havia carcado o ferro na sua tia, irmã do seu pai.

Falei que o povo conversava demais, tinham inveja de mim… eu não era aquilo tudo não, que quase não tinha tempo de sair, vivia ocupado com meus afazeres, que não eram poucos, e isso era verdade!!!

Ela com cara de descontente, fazendo bico, bem típico de meninas manhosas, mimadas e filhas únicas falou:

— ahh tá… só porque “você qué Bebé” (modo de falar da nossa época : é Bebé, mamar na vaca cê num qué)… mentiroso, sei de cada coisa sua Beto… até daquela menina crente de Andradina… você até foi no culto com ela, DUUUUAS VEZES… só pra levar ela no bico…

(Isso é outro causo, a crentinha)

Desmenti tudo, neguei aquelas acusações infundadas à meu respeito (🔥😈🔥), disse que assim que encontrasse uma mocinha do meu agrado, que fosse bonita, boazinha, cheirosa (ela veio se aproximando com cara de malina), minha amiga, que não ficasse muito no meu pé (ela parou), que gostasse de mim, fosse carinhosa (ela veio rodeando a mesa outra vez), mas que não tivesse ciúmes de mim, de jeito nenhum!

Ela parou, me olhou com um misto de raiva e ja mostrando ciúmes, mesmo sem ter nada comigo, deu um tapa na mesa e falou:

— olha aqui Beto, você acha que mulher é boba…tonta… está muito enganado… coitada daquela que namorar com você, vai sofrer e chorar todos os dias… ciúmes hãm..ciúmes eu tenho mesmo, o que é meu é meu e pronto… moleque tonto… CRESCE BETO (gritando) vê se cresce…

Saiu da cozinha, foi para seu quarto, bateu a porta com muita força e ligou o aparelho de som nas alturas.

Lembro como se fosse agora, ela ouvia Blitz!!!!

Fiquei com cara de tonto parado na cozinha segurando o copo na mão, quando reparo na janela, parados com cara de espanto, o pai e a mãe dela, que vieram apressados ter comigo, tentando justificar o destempero da filha mimada:

Primeiro a mãe :

— ah Betinho, não faz essa cara não, ela gosta muito de você, sempre gostou desde menina… você é um rapazinho lindo… vou te confessar uma coisa, o sonho dela é se casar com você (engoli seco), e fazemos muito gosto dessa união (juntando as mãos e olhando para o teto)… não leva em conta essa crise de menina… NÃO É MESMO MEU VELHO !!!!!

O Pai:

— oh italianim… oia meu fio… fazemo gosto demaaaais doceis dois sitendê…

a fia é mei tinhosa… mai a curpa é nossa… fia única… mai di verdadi… ela qué bem ocê peãozinho… a fia é paxonada!

Eu sabia que ela me paquerava, mas não imaginava aquela paixão toda por parte da minha amiga! E não vendo solução, nem encontrando palavras para uma resposta tão séria para dar aos pais da menina:

— Olha, me desculpa qualquer coisa, não queria deixar a… brava, nem sabia disso tudo… to sem saber o que dizer… preciso ir, me dêem licença, muito obrigado pela água… pode deixar que mando o abraço pra meus pais…

Sai da cozinha, passei pela sala, desci a rampa da ampla garagem, cheguei na rua e fui calçar as espora. Desamarrei meu cavalo da árvore, montei no lombo do bicho que me aguardava ancioso pra sair dali. Quando virei o cavalo pra voltar à rotatória e seguir para o centro da cidade, vi a menina na janela da sala me olhando com cara de “Madalena Arrependida”.

Mandei um beijo pra ela, um toque na aba do chapéu, fiz minha cara de quenga, e antes de sair da frente da casa ouvi um sonoro ” VOCÊ NÃO VALE NAAAADAAA”…! 😂

Confesso que aquela conversa de casar me abalou um pouco, mas no fundo, estava me sentindo o gostosão.

Saber que a menina mimada, estava perdida de amores por mim, me deixou todo estufado! Até porque, minha amiga era meio metidinha, não dava muita bola para o pessoal da cidade onde morava. Tanto é, que estudava em Presidente Prudente, cidade da família da sua mãe, que no passado era professora, mas se casou com aquele boiadeiro negociante caipirão, que apesar da aparência de humildade, tinha muitas posses na região!

E fui seguindo para o centro da cidade, sem camisa, mostrando o belo porte físico que eu possuía, sem falsa modéstia, mas eu era o diabo de bonito!!!

Desci por uns 6 ou 7 quarteirões grandes , até que cheguei em uma pracinha onde havia uma igreja. Cercando a Matriz, ficavam alguns bares, padaria, muitas lojas, doceria e uma sorveteria grande.

Dei um giro na praça, e no sapateado do meu alazão, fui chamando atenção de algumas meninas, moças e mulheres que por ali passavam. Nessas minhas palhaçadas, infelizmente também atraia a atenção de pais atentos, namorados, noivos e maridos ciumentos!!!😃

Voltei e parei na frente da sorveteria, onde trabalhavam duas meninas que eu conhecia da época de escola, afinal eu havia estudado dois anos do primário naquela cidade, quando tivemos um problema na escola rural que ficava perto da nossa fazenda.

Dei uma assobio, falei uma graças e fui desmontando do cavalão.

As duas vieram me recepcionar na porta da sorveteria, que tinha quatro portas bem grandes, um toldo colorido que ia até a rua, muitas mesas e cadeiras dentro, e outras tantas espalhadas na calçada.

Cheguei arrastando as esporas na calçada, arrumando o pintão de lado na cueca, alisando a barriga e fazendo cara de puta, fui falando:

— aoow muiezada bunita e cheiroooosa… como ta essa vila… não casaram ainda… cadê a homarada dessa currutela…

Elas me abraçaram, me beijaram, fizeram aquela festa com a minha chegada.

Uma das minhas amigas era uma baixinha branquela que carinhosamente eu chamava de Tiquinha, a outra, uma morena quase da minha altura, gostoooosa pra caralho, mas só dava o cuzinho, queria casar com o cabaço da buceta intacto!

A baixinha era doida pra me dar uns pegas, mas tinha aquela sisma, porque sempre ouvia coisas ao meu respeito sobre algumas vezes que peguei a morena grandona, que de forma alguma me deixava comer sua buceta virgem. Nas ocasiões em que comia ela, isso desde os 16 anos, na caminhonete ou no fusca, perto do cemitério, ela falava séria com metade do meu cacetão entalado no rabão:

— quer minha buceta seu cachorro… larga mão de biscatear, e casa comigo… vou te dar dar uns peãozinhos lindos…

E ria rebolando no cacetão beijando minha boca!

Ai que saudade!!!!!

Depois dos abraços e beijos no rosto, fui até uma árvore na praça e amarrei o alazão embaixo de uma sombra.

Voltei, sentei em uma cadeira na última mesa para poder fumar tranquilo, ficar sem camisa e olhar o movimento que ainda era fraco no lugar.

A morena e a Tiquinha chegaram, sentaram comigo e vieram contar as últimas fofocas. Quem tinha perdido o cabaço(menos ela, e ria gostosamente falando no pé do meu ouvido), quem estava grávida, tinha fugido pra casar, traído(a) ou sendo traída(o). As brigas, falecimentos, e os bailes!

Contaram que o movimento ia ferver depois das 15:00 hs, quando o parque abriria os portões, liberando a venda de ingressos para os brinquedos.

Estavam curiosas com minha ida à cavalo na cidade, fazia tempo que eu não aparecia daquele jeito, a não ser, quando o rodeio estava na cidade.

A morena ainda me lembrou de uma cena que aconteceu na sorveteria, que era point da moçada, envolvendo a minha amiga apaixonada… com uma das poucas amigas que ela tinha na cidade, a filha do despachante.

Pelo que a morena conseguiu pescoçar, falavam de mim, e a amiga da ciumenta, falou meio sem querer, e deixou escapar que morria de vontade de me dar uns beijos, e que se isso viesse a acontecer, ela ia desmaiar…

Minha amiga ficou com ódio, levantou da mesa e jogou um copo de refrigerante na roupa da menina, que ficou chorando, enquanto a outra, enfurecida, montou na Caloi e saiu a toda xingando!

Me zuaram muito, me chamando de distruidor de corações. (a morena falou baixinho, destruidor de pregas também)

E concluíram, que a minha amiguinha apaixonada era uma tremenda metida, ensebida, mimada e muito chata, se achando melhor que as outras.

De fato era mesmo, so mostrando um lado um pouco melhor comigo!!!

Rimos muito, ainda falamos um bocado de outras coisas, lembrando das minhas artes nos tempos de escola e minhas idas quase que diárias à diretoria!

Pedi uma banana split, depois uma vaca preta (sorvete com coca-cola), em seguida uma vaca amarela (com fanta). Eu não era gordo por ruindade, porque comia doce igual uma formiga, e sorvete então. Jesus!!

A farra ficou boa quando chegaram outros conhecidos nossos, e algumas amigas da baixinha.

Juntamos umas três mesas e ficamos na maior algazarra, regada à rodadas de bolas de sorvete, picolés, sodinha (refrigerante de limão bem azedo e docinho, que era vendido em garrafas de tubaina de 600ML),coca cola, fanta, hall’s, chocolate Surpresa, Lollo, Prestigio…

Eu não era gastão com a minha grana, mas naquelas ocasiões, eu gostava de proporcionar de um tudo aos meus amigos e amigas.

Lembro de passar um carroceiro na frente da sorveteria, bem devagar, olhando o local que estava quase lotado. Meu alazão quando farejou a eguinha do homem, ficou maluco, estirando no cabresto, empinando balançando aquela tremenda chulapa.

Foi um forfél, a rapaziada começou a gritar e assobiar, fazendo aquela bagunça típica dos jovens! 😁

A morena largou o balcão e veio correndo, chegou na porta e falou pra todo mundo ouvir :

— TARADO DESSE JEITO… ADIVINHA SÓ QUEM É O DONO DESSE BICHO?!?!? DO BEEEETOOOO NÉ… SÓ PODIA SER! É SAFADO IGUAL O DONO DELE!!!!

Foi a maior zuação com a minha cara, as meninas das outras mesas me encarando com carinhas de safadas, alguns casais ficaram encomodados com a situação, os namorados me fuzilando com os olhos…

Mas ficou tudo na boa, sem confusão, eu era da paz, mas se alguém tivesse afim, eu dava uns tapas com o maior prazer.

Um dos meus raros amigos da minha idade, que também lidava com gado e ajudava o avô dele em um açougue, me falou ao pé do ouvido, que uma das meninas que chegou com ele estava afim de me dar uns agarros. E que a noite, ela estaria no parque, e caso eu fosse aparecer por lá mais a noite, ela estava no papo!

Falei pro meu jovem cumpadi, que não sabia de nada, a coisa tava boa e eu não sabia pra onde apontar a espingar, era muita caça dando sopa e fazendo fusquinha (dando mole, se oferecendo) pra mim!!!

E de fato meu povo, parecia feitiço, chovia mulher na minha horta, de mamando a caducando, era só querer. Mesmo com toda a região sabendo da minha fama de safado e biscateiro!

A tarde ia caindo, a sorveteria lotada, as lanchonetes e os lanchões da Praça começando a abrir as portas, era a hora dos riquinhos da cidade começarem a aparecer, desfilando com os carros dos pais. Apareceu passat, corcel II, Del Rey, Comodoro, F1000, D20, Variant II, e alguns Escort XR3… só as máquinas da época!

Paravam do outro lado da Praça da igreja, e vinham caminando com suas namoradinhas de mãos dadas, com aquelas caras de desdém!

Uns 10 minutos depois avistamos o bandão dos tanga frouxa chegando, devia ter uns 15, entre meninos e meninas.

Pra minha surpresa, no meio daquela galerinha estava minha amiga, a que passei mais cedo na sua casa e se mostrou mais ciumenta que o cão!

Estava linda a menina, não me esqueço da cena! A pequena vinha falando com mais duas meninas, usava uma bermuda branca que cobria metade das coxas, uma blusinha azul, deixando apenas um pedacinho da barriga aparecendo, e nos pés, um tamanco com sola de madeira, nos cabelos, usava um presilha com uma borboleta de plástico colorida, bem chamativa, típica dos queridos anos 80, na boca, um batom rosa que realçava ainda mais sua beleza.

Estava uma gatinha a minha amiguinha apaixonada e ciumenta. Fiquei fogoso igual meu cavalo… e tive uma certeza, eu não ia deixar aquela belezinha magoada, cair na lábia de algum daqueles folgados metidos a besta!

Atravessaram a rua, e ficaram no lado oposto de onde nossa galera estava sentada.

Minha amiga não me viu sentado ali, e só começou a me procurar com os olhos quando ouviu meu alazão relinchando e fazendo tropel, amarrado do outro lado da Praça.

Outra cena engraçada, daquelas que levamos para o resto da vida, foi quando o ” chefe” dos mauricinhos, um carinha folgado, filho dos donos do maior mercado da cidade, um magrelão, mais alto que eu, devia ter uns 2 metros de altura, mais uns 50 de arrogância, vestindo uma camisa polo, bermuda de sarja e tênis hiati sem meia, todo engomadinho, falou pra sua galera em tom de piada:

— eeeesse lugar não vai pra frente mesmo… ôh cidade atrasada…olha o absurdo, esse local cheio, e com as melhores pessoas (e apontou para sua galera) somos obrigados a ficar ouvindo aquele pangaré fazer bagunça e sujar a rua com merda… quero morrer quando passo com o carro por cima de um monte de merda… levo logo no posto e mando lavar(mostrando indignação)… oh lugarzinho atrasado… (com os braços abertos, olhando para o céu).

E finalizou sua palestra:

— espero em Deus que um dia, meu tio… que todos vocês conhecem… presidente da câmara, faça uma lei que proiba animais nas ruas, ou onde iremos parar, isso é um atraso, e que puna com os rigores da lei, todo aquele que deixar um cavalo sujar a rua, fazendo o proprietário recolher com as próprias mãos a imundície!!!

O magrelão foi aclamado, e alguns mais exaltados o chamavam de futuro prefeito da cidade… enquanto ele com uma mão no peito e outra nas costas os agradecia pela apoio!!!

Os puxa saco e as meninas aplaudiram o chefe dos cornos, batiam palmas e assobiavam!!!

Não restando outra opção, pois a companheirada ja queria quebrar todo mundo no pau, me pronunciei igual um trovão:

— BAAOOO, então… (todos me olharam nesss hora)Primeiro, tá pra nascer homem que vai me fazer catar bosta do meu cavalo na rua… quem não quer sentir cheiro de bosta de cavalo, muda pra uma cidade grande… segundo, você magrelo, é um bosta, não vale o que o meu cavalo caga… terceiro, vai tomá no seu cú…quarto, vai pra puta que te pariu… você, teu tio vereador, tua mãe e o teu pai, que até uns meses atrás, que eu me lembro, pagou juros de uns cheques que meu pai trocou pra ele… quinto, pangaré é teu vô e pra finalizar, se acharam ruim, entra um dentro do cú do outro e vem pra cima… que to doido pra cortar um na esposa HOJE !!!!!!

E fiquei parado em Pé, tirei o chapéu e encarei todos ja de mãos fechadas e pronto pra ir parar na delegacia!

Ai minha turma fez algazarra, imitou burro, assobiava, gritava… e ficaram provocando os janotas, que perplexos, não deram um pio com medo de entrarem na pêia!!!

Arrematei

— se a cidade onde nasceram não agrada, vazem daqui… vão pra Prudente, Marília, Rio Preto… pra casa do caraiu… e digo mais… se falar do meu cavalo outra vez, eu tiro a sela, arrio o filho da puta e volto montado nele pra minha casa… então, como vai ser? Onde tem pangaré aqui? Heim… cadê os brabo daqui?

Fui ficando vermelho igual um tomate maduro, até que ouvi uma voz conhecida atrás de mim pedindo calma.

Olhei para trás e vi um amigo do meu pai, um outro boideiro, muuuito conhecido na região, que possuía uma fazenda naquela cidade, estando acompanhado da sua esposa, sobrinhos e um dos filhos mais novo!

Era o Véio, que um dia viria a ser meu patrão e amigo…

Pediu para me acalmar, sentar e tomar uma água, que não valia a pena brigar com aqueles bosta (e apontou pro grandão). Comprimentou a todos, chamou as meninas, minhas amigas que trabalhavam na sorveteria, avisou que a conta da minha mesa ele pagaria e ficaria com o nosso lugar. Soltou do braço da esposa, foi até o magrelão, e mandou sumirem dali. Ainda mandou um recado para o seu pai, dizendo que na outra semana atravessaria uma boiada e faria questão de passar em frente o mercado, deixando os bois cagar até na calçada, e se achassem ruim, era só falar com ele!

Virou pra mim e falou:

— ocê pega seu cavalo e vaza tamem rapizim… chega di cunfusão…

Me deu um meio abraço, e chegando no meu ouvido disse baixinho:

— vai visti uma ropa muleque, fica aí si amostranu pras minina… pega tipo rapaizim!

Deu uma risadona alta e foi se juntar a sua família.

Me lembro da sua sobrinha estar me comendo com os olhos. (Sobrinha essa que tive um caso, o Véio e sua esposa queriam que me casasse com ela).

Meus companheiros foram saindo pra rua, minhas amigas da sorveteria vieram se despedir de mim, e zuando me disseram que adoraram o pega que dei nos janotas. Eram sempre folgados quando apareciam na sorveteria. Dei um abraço na baixinha prometendo um dia comer ela bem gostoso, e enquanto beijava a morena, avisei que qualquer hora eu aparecia pra ela sentar no meu colo daquele jeito que só ela fazia!

Rimos daquilo, fui saindo, atravessando a rua, me despedi da turma, não prometendo voltar mais tarde… cheguei no cavalo que estava impaciente por estar amarrado.

Soltei o cabo do cabresto, prendi a camisa no pito da sela, quando fui colocar o pé esquerdo no estribo, ouvi uma voz meio chorosa que vinha de trás da árvore:

— Beeeeto.. vamos conversar, fala comigo… preciso pedir desculpa pela cena que fiz em casa hoje!!!

Era minha amiga, que saindo das sombras, veio até onde eu estava, e toda tristinha, foi falando:

— poxa Beto, foi mal… eu sou assim… desculpa, sabe… to super afim de você… mas poxa vida… você não muda, anda com essas galinhas daqui, nossa… eu fico louca de raiva… todas comentam o que você faz ou deixa de fazer…

Ouvindo a pequena, fiquei até comovido. Ela estava linda, cheirosa, toda gatinha… olhando a menina, fui ficando assanhado, mas antes de pensar em uns amassos, fiz minhas observações :

– olha… , a quantos anos nos conhecemos, sempre te achei muito gatinha, mas vou ser sincero com você, esses seus amigos são uns bostas, metidos a riquinhos, folgados… odeio eles, e eles me odeiam também, você sabe… como ia dar certo nosso namoro? Me fala… você ia parar de andar com eles?

Ela respondeu ligeira igual um tiro:

— nem olhava mais na cara deles, mas e você Betão (com as mãozinhas gesticulando, olhos arregalados e ficando vermelha 😂😂) ia largar mão de ficar falando com tudo que é mulher? Parava de vir na sorveteria falar com aquelas duas assanhadas? Sei bem que você sai com a … aquela morena é uma piranha!!! Ia parar de viajar com seu pai pro Mato Grosso…Goiás… puta que pariu né… ia ia??? largava de sair com o putanheiro do seu tio… sei bem que ele te leva até na zona…NA ZONA… todo mundo sabe Beto…

Nisso aparece outra vez o magrelão do mercado e fala com os braços aberto todo impaciente:

— Oh … você vem com agente ou vai ficar aqui? Estamos indo pra Prudente, você vem???

Ela virou com raiva gritou um “NÃO ME ENCHE” … que todos na sorveteria e nas lanchonetes ouviram.

Antes mesmo de eu fazer o tanga frouxa vazar, o Véio, lá da mesa onde estávamos sentados, gritou e mandou o compridão ir embora, do contrário, não ia me segurar uma segunda vez!!!

Ele se virou e saiu dando tapas no ar contrariado, resmungando, e ainda teve tempo de levar outro pito do Véio:

— tô iscuitanu ocê rismungá rapizim… hãmmm… pau di virá tripa… corto ocê na taca seu safadu… muleque à tôa…

O Véio sempre foi uma figura, desde que me lembrava dele quando aparecia em casa em um Jeep verdinho, sempre brincalhão!

A menina de bracinhos cruzados, batendo os tamanquinhos no chão( tec tec tec tec) aguardava uma resposta da minha parte, que nunca veio.

Só olhei pra ela, me acheguei, peguei na sua mão e sugeri voltarmos pra sua casa.

Ela torceu a boca, fez bico, olhou pro céu, arrumou os cabelos e repondeu um “tudo bem” olhando assim meio de lado, toda contente!

Como meu cavalo era meio doido, e achei melhor não montarmos os dois. Sugeri ela ir montada, e eu puxando o bicho pelo cabresto.

Ela topou na hora, e veio com os bracinhos esticados, pra mim ajuda-la a subir no alazão.

Peguei ela de costas, e ergui seu corpinho segurando pela cintura. Ela alçando o estribo, segurou no pito da sela, se arrumando toda, fazendo pose, arrumando a blusa, tirando a presilha e arrumando os cabelos. (Mulheres).

Estando montada no meu cavalo, tirei ele pra rua, quando a pequena sugeriu irmos embora pela rua que ficava atrás da sorveteria. Até pensei que a menina queria se mostrar para minhas amigas, mas depois descobri o real motivo, naquela hora nem atinei!

Passamos na frente da sorveteria, ela ficou toda séria, e nem olhou para o povo todo ali sentado, estava se achando a minha dona.

Eu puxando o cavalo, fazendo a maior cara de rapariga, mandei um abraço a todos, um especial pro Véio e família, agradeci mais uma vez por pagar minha conta, e ouvi em resposta um “chega a esposa mininu cowboy…”

Ela com o narizinho arrebitado nem se abalou, por acreditar que o peão aqui estava pego no laço.

Descemos a rua, viramos a direita, e direita outra vez e seguimos voltando pra sua casa. Ja eram mais de 19:00hs, e seguimos por uns três quarteirões até chegar em um trecho escuro da rua, perto de uma máquina beneficiadora de café e arroz. Havia ao lado um terreno onde o povo estacionava os caminhões, alguns pés de manga antigos, bem altos, que deixavam o lugar bem escuro.

Antes de passar pelo local deserto, ela pediu para descer do cavalo, queria andar um pouco.

A menina boleou as perna, e segura por minhas mãos, desceu do alazão.

Ficou na minha frente, se aproximou e me pediu um beijo.

Abracei minha amiga e tasquei o maior beijão na menina. Senti ela amolecer as pernas e cravar as unhas nos meus braços.

Sua boca estava com gosto de bala de hortelã, muito quente, seus lábios eram macios, e sua linguinha muito habilidosa. Parava de beijar minha boca, me mordia o queixo, pescoço, meu peito, me dava tapinhas e apertoes nas costelas. E veio descendo as mãos pela minha cintura, até que sentiu o volume do meu cacete na lateral da calça.

Ela me largou assustada e comentou:

— Beto… que é isso (cara de espanto) … minha mãe do céu… então é verdade… nossa nossa… ui que medo!!

Eu adorava a carinha delas quando descobriam o tamanho do meu cipó. 😂

Agarrei ela outra vez e comei a beijar seu pescoço, orelhinhas, nuca… ela foi ficando ofegante, mas nao descia a mão pro meu pau.

Dei um giro nela e segurei por trás, enquanto me abaixava e roçava a tora na sua bundinha redondinha, falava sacanagem no ouvido dela:

— olha… você é uma delícia, cheirosa, linda, boneca, delicinha…

Ela começou esfregar a bunda com força na minha rola, mexia a cabeça pra todo lado, visivelmente excitada, com os pelinhos do pescoço todos eriçados.

Eu lambia e dava mordidinhas leves fazendo a gatinha suspirar profundamente.

Abri a fivela e o zíper da rancheira e perguntei se ela queria segurar meu pau com suas mãozinhas.

El se virou e falou que tinha medo, era toda cabeça legal e tal, não era caipira igual as meninas da cidade, mas ainda era virgem.

Ouvindo aquilo, a rola parece que dobrou de tamanho, senti a cabeçona da rola melar.

Enquanto a beijava outra vez, mas de forma mais intensa, abaixei um pouco a calça e liberei o tronco, que pulou pra fora e foi cutucar perto do umbigo da menina.

Ela tentou recuar assustada, mas apertei meu abraço e fiquei roçando o cacetão na sua barriguinha, deixando minha lubrificação melar sua pele macia.

Ela foi ficando mais excitada, começou morder minha boca, arranhar minhas costas, e falando com aquela voz de quem está com o tesão no teto falou:

— Beto, é muito grande seu pinto, seu safado, melou toda minha barriga… que cheiro gostoso você tem… nossa… nem to sabendo o que fazer… olha Beto… meu amor… me ensina o que devo fazer em você meu gato!!!

Peguei sua mãozinha, levei até o cacetão e fiz ela segurar. Sua mão estava suando e gelada quando apertou e não fechou os dedos em torno do monstro. Aquela sensação me fez pulsar o cacetão, assustando a pequena que soltou um gritinho assustada, apertando ainda mais meu cacete!

Quando apalpou bastante, mandei ela iniciar uma punheta bem devagar. Ela obedeceu e foi fazendo aquele vai e vem gostoso, subia e descia a mãozinha, fazendo a rola vibrar de tão dura, com as veias pulsando furiosas.

Mandei continuar, e que agora eu ia brincar com ela. Enfiei a mão por dentro da sua blusa, quando alcancei seus peitinhos empinadinhos, bem bicudos, comecei a apertar seu mamilos que estavam duros igual um pedra. Brinquei um bocado, apertando e beliscando seus mamilos, até levantar a blusa e deixar os dois apontando pro céu na minha frente. Desci a boca e fiquei mamando e chupando, indo de um pro outro, causando a maior aflição na mimada.

Ela socou a unha nas minhas costas acelerando a punheta, estava louquinha a menina.

Larguei os peitinhos e fui bolinar sua bundinha. Enfiei a mão por trás da bermuda e por dentro da calcinha, apertei as polpas com força enquanto beijava sua boquinha gostosa.

Ela gemia, sorria, e de forma alguma largada minha vara.

Isso até a hora que resolvi explorar suas intimidades. Comecei com a mão direita, enfiando os dedos pelos seu rego, até esbarrar em um cuzinho lisinho de preguinhas bem discretas.

Tentei enfiar o dedo médio no seu cuzinho que travou na hora, não permitindo passar mais que a pontinha do dedo.

Ela gemeu, largou meu pau e falou com cara de dor me cravando as unhas nas costas:

— assim não amorzinho, seu dedo é grandão, vai machucar meu bumbunzinho todo Betooo (cara de dengosa fazendo beiçinho)

Recuei o dedo, escorreguei ele mais um pouco e encontrei uma bucetinha ensopada, parecendo que tinha se mijado.

Era uma bolachinha bem estreitinha, raspadinha na porta da gruta, e nas laterias, havendo um pouco de pelinhos na testa da bucetinha.

Tentei enfiar o dedo, ela fez cara de dor, tapouco a boca no meu peito, mordia e beijava enquanto eu brincava com seu micro grelinho. Estava ensopada a menina por conta do tesão que causei nela.

Mas sabendo que seria impossível comer ela ali naquele lugar, ainda mais sendo virgem, resolvi entrar um pouco mais no terreno, onde não correriamos risco de sermos flagrados por algum curioso.

Amarrei o cavalo na mangueira, e pelas mãos, a conduzi para o fundo do terreno, pisando com cuidado, sem fazer barulho.

Havia um trator estacionado no lugar, e foi ali mesmo que coloquei minha amiguinha apaixonada pra mamar…

Saquei a rola toda pra fora, e mandei ela se abaixar e colocar a cabeçona na boca. Ela obedeceu, e foi dando beijinhos, meio sem jeito, passando a linguinha macia na ponta, beijando do lado, e cheirando ele a todo instante. A menina estava pegando gosto por rola, e foi se animando, tentando engolir o pau como dava.

Fui falando baixinho que ela era muito linda, cheirosa e estava mamando gostoso, me deixando maluco de tanto tesão.

Ela fez uma sucção gostosa na cabeça da minha rola, enquanto segurava com as duas mãozinhas a tora, que foi impossível segurar a gozada. Avisei que ia gozar, e se não quisesse se afogar, que tirasse a boquinha da frente…

A gatinha tirou da boca, e sem muita experiência, deixou o pau apontado pro seus peitinhos, que receberam uma leitada monumental. Quase cai no chão tamanho foi a sensação de gozar com aquela boquinha gostosa.

Quando terminei de leitar, ela ainda agarrada na minha rola falou meio rindo :

— Beto do céu, nunca mais acabava esse treco… putz grila… me melou toda a blusa… seu doido… como vou embora assim… meu pai me mata!!!

Acalmei ela, disse que depois eu daria um jeito naquilo. Levantei ela, dei um tremendo beijo na menina e falei enquanto passava a linguona no seu pescoço :

— agora quem vai gozar é você bonequinha, se preparara que quero te chupar inteira.

Senti ela se arrepiar outra vez e ficar ofegante…

Fiz ela segurar nos braços hidráulicos da traseira do trator, arrebitar a bunda e esperar.

Ela se empinou toda, abaixei sua bermuda, beijei muito sua bundinha redonda e dura, enfiava o nariz no seu reguinho, fazendo ela rebolar excitada, entrando no cio.

Fui descendo sua calcinha até os joelhos, senti aquele cheirinho gostoso do cuzinho suado e da bucetinha virgem toda babada.

Abri com cuidado sua bunda e enfiei a língua procurando seu cuzinho. Estava todo meladinho, salgado por causa do calor e da volta à cavalo… que cheiro maravilhoso de femeazinha excitada.

Chupei, lambi, beijei… namorei seu cuzinho até umas horas. Ela agarrava meus cabelos com uma das mãos, gemia baixinho tentando se controlar, mas a cada sugada no seu botãozinho, ela ficava mais e mais assanhada!

Lembro dela susurrar bem assim:

— que isso… que você ta fazendo comigo meu amor… aaaaaiiii… que loucura… eu vou cair amor… me acuda…

Meu pau estava duraço outra vez, querendo aquela buceta, mas sabia que não seria ali, naquele lugar.

Parei de chupar o cuzinho, mandei ela abrir um pouco mais as pernas, fui com a língua até a xaninha e comecei a chupar aquela grutinha virgem.

Que gosto bom aquela menina ciumenta tinha, chupei, lambi e beijei aquela buceta gostosa. Com minhas duas mãos apoiadas na sua bunda, fui trabalhando com a língua, enfiando na entradinha estreitinha, tentando romper o lacre, arrancando suspiros e gemidos da gatinha.

Passamos não sei quanto tempo naquele sarro gostoso, até que a menina não se aguentou a anunciou que ia gozar.

Abraceia ela naquela posição, deixando precionada com mais força ainda minha boca na raxinha, e a língua que buscava do grelo até o cuzinho, sugando todo o mel que escorria.

Ela estremeceu, deu um jeito de morder a gola da blusinha e gozou na minha língua:

— uhrum… uhruuuum…. aaaahhh… Beto Beto Beto…. ahhh meu amooooor… ai ai ai

..ai… olha que você faz comigo amooooor…

Larguei pequena curtindo a gozada e tentei me aliviar outra vez. Me posicionei atrás dela, encostei o cacetão no meio da sua bunda.

Ela assustada tentou sair dali, dizendo que não tinha coragem ainda… que ali não… e pelo amor… não faz isso comigo… meu amor…

Segurei ela pela cintura e mandei ficar quieta, que eu não ia enfiar o caralho nela, só ia bater uma punheta no meio da sua bunda.

E foi o que fiz… foi gostoso demais…. punhetava sentindo a entradinha cabaça da bucetinha e roçava naquele cuzinho apertado.

Acho que não levou 2 minutos, gozei

gostoso melando a bucetinha e o cuzinho dela.

Depois fiquei esfregando o pauzão com força, espalhando a porra.

Abracei ela por trás e nos beijamos com muito carinho, e ficamos nessa até meu pau amolecer.

Tomamos um ar, ela se arrumou, se queixando por estar toda melada de porra, e sem saber o que ia fazer ao chegar em casa.

Acalmei a pequena e pedi para confiar no Betão aqui!!!!

Guardei meu cacetão na zorba, arrumei como deu, e fomos saindo do escuro do terreno. A rua estava calma, todos da cidade estavam, ou na igreja, no circo, parquinho, sorveteria ou comendo na praça nos lanchões.

Desamarrei o alazão, mas dessa vez não ia andando, estava com as pernas trêmulas. Montei ela na sela, pedi pra se colocar bem à frente, então saltei na sela, e com cuidado, bem devagar, fomos voltando pra sua casa. Ela com a cabeça encostada no meu peito, e meu braço esquerdo a segurando pela cintura.

Uns quinze minutos depois, chegamos na rotatoria, descemos a direita e a poucos metros estamos avistando o caminhão do seu pai na frente da sua casa. O que, segundo ela, seria um bom sinal, pois o pai, quando saia com a mãe de carro, deixava a F4000 na rua, para so depois de guardar o carro, recolher o caminhão! Deviam ter ido à missa, comentou a menina.

Subi com o cavalo na calçada, parei atrás da F4000, quando a desci, ela bateu os tamancos no chão fazendo o maior barulho na calçada. Ela travou e arregalou os olhos fazendo cara de “FUDEU”!

Ficou preocupada com as velhas fofoqueiras que moravam ao lado!

Foi correndo para o alpendre, e me chamou para entrar.

Respondi que não, seus pais poderiam chegar e não saberia onde enfiar a cara de vergonha!

Então pediu um beijo antes da minha partida.

Apeei do cavalo, deixando ele amarrado na sobreguarda do caminhão, entrei rápido e fui dar um último amasso na menina.

Ela abriu a porta, apagou a luz de fora da casa e trocamos um looongo beijo apaixonado.

Falei que previsava ir, estava longe de casa e nem havia comprado meus cigarros…

Ela me olhou com aquela carinha de triste, me segurando pelo braços e falou:

— poxa vida, esperei tanto pra poder te beijar, abraçar, sentir você Beto… e é assim… você pega, me deixa mole das pernas e vai embora… (ja com cara de choro)… quando você vai voltar… agente tá namorando agora (olhinhos brilhando piscando muito)… agora você vai aquietar né… e pode parar de fumar… faz mau e você não é aquele cowboy da propaganda do Marlboro… (toda mandona)

E prosseguiu:

— fala pra mim amorzinhooo…quando você vem me ver (me abraçando e beijando meus ombros) ja to com saudade… e não quero saber de você de papo com aquelas biscates da sorveteria (me mordeu)… minhas amigas vão morrer quando descobrirem com quem estou namorando sério (virando os olhos e balançando os cabelos)… a fulana você deve conhecer, filha do despachante…sabe… então, faço questão de esfregar na cara daquela vaca… o Betão agora é meu namorado…

ai amor, sabe… eu acho que este final de ano poderíamos ir pra casa dos meus avós… quero ver a cara da fulana minha prima… se acha com aquele magrelo que ela namora…ahhh mais uma coisa…não precisa voltar pro centro comprar cigarro, se faz tanta questão, pego um maço do meu pai, nem vai notar, ele compra de pacote fechado…

E foi entrando na casa pra pegar uma carteira de cigarro pra mim, nisso aproveitei que entrou, sai de fininho, sem arrastar esporas, montei no cavalo saindo dali apressado!

Ela não parava de falar e querer me dar ordens…pra quem ainda… PRA MIM!!!

A menina era um pitel, linda, corpinho perfeito, mas falava mais que o homem da cobra!

Ela se parecia com uma das minhas musas de juventude, a Myrian Rio, até no cabelo e cor da pele…

Voltei para o centro, parei em um boteco, peguei quatro maços do meu Marlboro, um hall’l cereja, matei uma pequena dose, fundinho de copo de fernet, montei no alazão fui pegar meu caminho.

Segui até a saída, deixei o cavalão beber água, satisfeito, cortei na espora e fiz poeira na estrada.

Ja passava das 21:00 hs, e eu estava com vontade de tomar um banho, pegar o carro e voltar pra festa, afinal de contas, não tinha comido nenhuma bucetinha, e lá eu teria pra escolher!!! 😉

Entrei naquele cafezal, fazendo voar caboré e tirando assombração do trieiro no galope do meu alazão que mais parecia ter asas nas canelas.

Rompi o roçado, peguei o estradão e bambeei as rédeas, deixando o bicho esticado na carreira. Quase na estrada de rodagem, segurei um pouco, entrei a esquerda com cautela no asfalto, quando atravessei, espora nas costelas… quando faltava uma meia légua pra chegar em casa, atrás de mim um clarão piscando e buzinadas de uma F100 muito conhecida.

Era meu pai e tio que estavam chegando.

Esbarrei o cavalo, e eles vieram saber onde éra o tiroteio!

Contei que estava na cidade, fui comprar cigarro e olhar o movimento no circo… e contei meio por cima que dei arreio à filha do amigo deles… o fulano de tal…

Meu tio desceu da caminhonete e com um safanão me tirou do lombo do cavalo, me abraçava e falava que eu era igual ele… pegador… e me contou o causo de quando comeu a tia da menina!

Avisei que estava apressado, porque ia voltar pro circo e pra festa, tinha deixado umas amigas esperando…

Os dois riam feitos doidos, e mandaram eu me apressar, que a vida passava ligeira…

Montei no alazão, e voltei escoltado até a fazenda por meus dois heróis.

E passou meus amigos! Como passou ligeira a vida… mais ligeira que todos os cavalos que tive na minha vida!!!!!!!

Levou umas semanas, mas consegui tirar o cabacinho dela. Mas aquilo deixou ela ainda mais doida por mim, viciada no meu cacetão. E suas crises de ciúmes eram violentas, a ponto de estapear alguma que me olhasse, ou ficasse me encarando.

Não durou muito aquele negócio, e por conta do seu gênio forte, fui me afastando aos poucos. Ela ficou ainda mais doida, ameaçou se matar, ficava sem comer, pedia para o pai a levar até a fazenda para tentar convencer minha mãe que ela era a nora certa e perfeita…

Foram meses interessantes aqueles que vieram, com aquela doida me perseguindo, pra todo canto que eu ia, e me achava, ela e uma amiga que tinha habilitação e um maldito fusca verde!!!

E me perseguiu por alguns anos!

Eita mundo véio cheio de cancela e pinguela… atalho e curva…

AOOO SAUDADE…